Morro de São Paulo: Explorando 6 Construções Históricas

Os primeiros habitantes da ilha foram os povos originários Tupinambás. Em 1531, Martim Afonso de Sousa avistou as terras que se tornariam jurisdição da capitania de Ilhéus, uma das divisões da costa brasileira estabelecidas pelo rei português Dom João III como parte do sistema de colonização do Brasil no século XVI.

Origem do nome Morro de São Paulo

Presume-se que o Morro de São Paulo tenha recebido esse nome porque, em 1535, Jorge de Figueiredo Correia, a quem foi concedida a Capitania de Ilhéus, designou o tenente espanhol Francisco Romero para ocupar e colonizar o local, possivelmente próximo ao dia de São Paulo, 29 de junho.

No entanto, devido ao tempo que foi necessário para a obtenção da carta de doação e foral, ao preparo da expedição e ao tempo de viagem, historiadores apontam que também existe uma possibilidade mais provável de que isso tenha ocorrido em 25 de janeiro (Dia da Conversão de São Paulo) do ano seguinte, 1536.

Morro de São Paulo se tornou a sede da Capitania de Ilhéus e foi considerado o primeiro povoado europeu. Posteriormente, a sede foi transferida para outro local, mas a colonização permaneceu, assim como o nome Morro de São Paulo.

Construções históricas em Morro de São Paulo

Portaló

O Portaló foi aprimorado a partir de uma obra iniciada por volta de 1536. Naquela época, o objetivo era construir um portal com grandes portas de madeira que seriam fechadas durante a noite para proteger a entrada da cidade. A construção do Portaló, como o conhecemos hoje, levou cerca de 100 anos para ser concluída, deixando assim um legado significativo na história do Morro de São Paulo.

O Casarão

Construído pela família Saraiva em 1608, o Casarão foi a primeira obra de grande porte na ilha. Inicialmente utilizado como depósito de farinha, ao longo do tempo, uma de suas salas foi transformada em uma escola. Apesar das reformas realizadas ao longo dos anos, o Casarão mantém sua estrutura original até os dias de hoje, sendo considerado um dos principais cartões postais do Morro de São Paulo.

Fortaleza do Morro de São Paulo

A Fortaleza do Morro de São Paulo, também conhecida como Fortaleza do Tapirandu, começou a ser construída em 1630 com o objetivo de proteger a região de invasões e ataques. Ela testemunhou séculos de mudanças e eventos históricos.

Ao longo das décadas, a Fortaleza do Morro de São Paulo sofreu destruições e reconstruções. Devido ao tempo e às batalhas da época, o local passou por várias fases de reforma, inclusive recentemente. O monumento é um sistema fortificado tombado pelo IPHAN em 1938.

Fonte Grande

Em 1746, o vice-rei do Brasil, André de Melo e Castro, ordenou a construção de uma fonte em Morro de São Paulo para garantir o abastecimento de água dos soldados do forte e dos moradores da vila, a qual recebeu o nome de Fonte Grande.

Este foi o maior sistema de abastecimento de água da Bahia colonial e um notável exemplo da tecnologia construtiva da época, utilizando captação e decantação tanto das águas subterrâneas quanto das correntes próximas.

Por muitos anos, a Fonte Grande foi a principal fonte de água para a população e, até pouco tempo atrás, as pessoas ainda iam lá tomar banho. Atualmente, a fonte é tombada pelo IPHAN.

Igreja Nossa Senhora da Luz

O nome da igreja é uma homenagem à padroeira do local. Os primeiros registros históricos indicam a existência de uma capela com o mesmo nome desde o início do século XVII, de acordo com um mapa de Miguel Pereira da Costa datado de 1725.

A igreja Nossa Senhora da Luz, em Morro de São Paulo, foi construída em várias etapas ao longo de muitos anos. A mudança da antiga capela, localizada ao lado do farol, para o centro da vila começou em 1628 e foi concluída em 1845, conforme a data na fachada.

Construída no estilo barroco, a igreja do Morro de São Paulo possui uma história rica em ouro, prata e imagens sagradas, sendo alvo de alguns furtos. Durante uma restauração, uma descoberta intrigante foi feita nas entranhas da igreja: uma arcada dentária foi encontrada, possivelmente escondida por séculos no meio da construção. Esta arcada dentária pode ser vista através de uma pequena porta de vidro, localizada ao lado direito do altar, na primeira fileira de assentos. Veja acima uma imagem em 360 graus da igreja, onde é possível observar a localização da portinha.

Essa descoberta nos leva a refletir sobre os diferentes aspectos da história que residem nos espaços que frequentamos. Supõe-se que esse achado possa pertencer aos escravos cujo trabalho árduo contribuiu para a construção deste local sagrado. Além disso, ao observarmos o chão da igreja Nossa Senhora da Luz, encontramos várias lápides de antigos moradores e nativos enterrados ali, datando desde 1869.

Farol do Morro de São Paulo

Morro de São Paulo: Os 11 Itens Essenciais para uma Viagem Inesquecível

As obras do Farol do Morro de São Paulo começaram em 1848 e foram concluídas em 1855. A construção tinha como objetivo facilitar o acesso ao porto de Valença.

Devido à importância estratégica do local, o mirante próximo ao farol fez parte do conjunto defensivo da ilha durante as invasões holandesas e desempenhou um papel importante na defesa de Tinharé, juntamente com o Forte do Morro de São Paulo.

O registro histórico mais relevante vem das anotações do diário de viagem de Dom Pedro II, descrevendo o farol durante a visita da família real à ilha em 1859. Na época da Segunda Guerra Mundial, uma estação de rádio-telegrafia do Ministério da Marinha funcionava nas proximidades do farol, cujas ruínas ainda podem ser vistas.

A torre tem 74 pés de altura e é acessada por 74 degraus de pedra e 4 de madeira, seguidos por dois lances com 33 degraus de madeira e 1 de pedra até a varanda que circunda a lanterna, de onde se desfruta de uma excelente vista. Dentro da lanterna, há 9 degraus de ferro que levam ao aparelho do farol, que é do sistema Fresnel e fabricado por Henry Lepante, de Paris. O farol tem luz intermitente e realiza uma rotação a cada 12 minutos. Consome 124 camadas de azeite a cada três meses, sendo que agora está usando azeite doce, feito de mamona purificada ou coco. – Dom Pedro II

Morro de São Paulo Hoje

Algumas décadas atrás, pequenas casas de pescadores foram construídas e os moradores locais contam que a subsistência era baseada principalmente na pesca. Morro de São Paulo era um pequeno vilarejo onde não havia telefone nem luz elétrica. A eletricidade chegou à ilha somente em 1985!

Nos anos 70, quando os primeiros visitantes de verão surgiram, a pacata vila não imaginava o que estava por vir. Os visitantes de verão, que alugavam as casas dos pescadores, começaram a construir suas próprias casas de temporada. E quando mochileiros e hippies descobriram o local, espalharam através de seus relatos a beleza e o encantamento pela charmosa ilha. Então, os turistas chegaram e as casas do pequeno vilarejo se transformaram em hotéis, pousadas e restaurantes.

Atualmente, Morro de São Paulo é um destino que atrai tanto estrangeiros quanto pessoas de todas as regiões do Brasil, resultando em uma comunidade multicultural que enriquece o lugar com uma diversidade incrível de arte, cultura e gastronomia. Com essa fusão de influências, Morro de São Paulo encanta seus visitantes ao entrelaçar de forma harmoniosa seu passado histórico com a vibrante energia do presente, proporcionando uma experiência verdadeiramente enriquecedora e fascinante.